sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Os sonhos não se envelhecem...




















Maravilhas de fotografias né. Imagens para a posteridade. Nosso jovem colaborador Philipp Matteus em mais uns de seus cliques culturais.
Imagens da Ilha de Paquetá, local onde o escritor romântico Joaquim Manuel de Macedo teria se inspirado para escrever o brilhante romance " A Moreninha", a eterna Carolina.
Na primeira foto, a casa onde a rede Globo utilizou como cenário na produção homônima na novela " A Moreninha". Na segunda, uma memorização da paisagem bucólica.
Tudo isso em pleno século XXI!
Ah, merece ser eternizado...

sábado, 3 de janeiro de 2009

Isso é cultura...


Quem disse que a juventude está extraviada está equivocado.
Olha o encontro da foto acima, o jovem itaocarense Philipp Matteus, comprovando que há ainda bom gosto
nesta galera jovem . Que beleza de encontro, o jovem intelectual com o bardo intelectual de Carlos Drummond de Andrade.
As areias de Copacabana que os digam...
Fotografia para ser reservada para a posteridade.
Isso me lembra uma crônica de uns tempos atrás, quando eu era jovem assim...
rsrsrsrsrsrsrs






Entre o Ser e a Coisa

Era um dia, uma manhã qualquer do último ano. O céu não reverenciava o comumente tom fagueiro e sim um enevoado tom cinzento a coibir o fulgor solar.
Estava de férias e como bom interiorano, não pude deixar de passar alguns dias na capital e seus segredos, esfinges que nos intercepcionam aqui ou acolá. Em minhas habituais paisanas pelo calçadão, passos iam e vinham em todas as direções: Era o senhor de mãos dadas com sua companheira de tantos verões; imaginava. O pai passeando com o pequeno, extasiado mais uma vez com a grandeza do mar. O jovem encantado ao avistar pela primeira vez a orla mais famosa do planeta. O par recém-casado em eternos beijos e abraços. O poeta catando ali poeticidade a fim de plasmar alguns versejos... Nenhuma pedra atravancava o caminho dos transeuntes.
O cansaço já prostava em minhas pernas, quando, sem instante algum deixar de deleitear-me com as belezas, avistei um banco de praça, ocupado por um senhor meio estranho, que de costas ao mar, desvairava solitário. Aproximei-me. Os cabelos grisalhos, altura média, olhos azulados, nariz afilado, rosto oval, boca regular, aparentemente uns 70 anos. Pedi permissão para sentar no lugar vago a seu lado e ele se manteve alheio a minha presença. Mantinha-se estático, como fosse estátua, uma pedra no meio do caminho...
Achando-me insolente resolvi levantar-me e eis que num instante cri ouvir seus lábios moverem: __ Fique rapaz!
Julguei enxergar um sorriso naqueles lábios. Iniciamos ali um ditoso diálogo.
__Estou passando de férias aqui na cidade maravilhosa. São tantas belezas...
__É rapaz. Esse mundinho é primoroso. O cristo redentor!, Ah! Nunca me esquecerei desse acontecimento na vida de minhas retinas tão fatigadas...na Cinelândia, pela tarde, em bancos vulgares e amigos, sentam-se homens mal vestidos...às vezes em manhãs mágicas, caminho por uma rua que passa em muitos países...agora que me aposentei tenho mais tempo para vislumbrar isto tudo. Trabalhei muito. Fui professor secundário, jornalista, funcionário do Ministério da Educação e Saúde Pública. Fiz até alguns versinhos...
__Que interessante! Exclamei com meu tom simplista. Eu sou professor e também escrevo poemas.
__Conheci muitos Josés sem destino, muitos leiteiros trabalhadores, mas quem marcou minha história foi J. Pinto Fernandes.
__O senhor deve ser muito culto__Falei.
__Nem tanto rapaz. De onde é?
__Sou do interior do estado. Aperibé, já ouviu falar?
__ Não. Eu sou das Minas Gerais. Nasci em Itabira, por isso sou triste, orgulhoso de ferro.
__ Itabira! O nome não me soa estranho.
O tempo acelerava. Figurava-se a hora de partir. Tinha meus compromissos.
Despedi-me como desejo de ouvir um pouco mais o legado daquele homem.
Encantado, segui meu itinerário.
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