sábado, 28 de janeiro de 2012

quinta-feira, 30 de julho de 2009

O neo-bucolismo Weulliano




Quem ama o campestre, as imagens bucólicas e pastoris não consegue se afastar
do poema de Weulle. O poeta itaocarense desnuda uma poesia simples
mas engalanada de encantos sem deixar cair na mediocridade que geralmente consiste neste tipo de texto.

Weulle é original construindo com seu texto uma imagem, um imenso painel fotográfico, onde é possível desnudar os sonhos que não se envelhecem.






Saudade

Que saudade daquele lugar
O campeiro acorda bem cedo,
Para suas vacas ordenhar
Com seu balde na mão,
O leite ele vai tirar
Para seus pequenos filhos
Ele possa alimentar.
Que saudade daquele lugar.
As galinhas no palheiro
Estão todas a ciscar.
E no milharal o campeiro
As espigas vai buscar
E os galos ao campeiro
De encontro a cantar.
O lugarzinho bom.
Que saudade daquele lugar.


Weulle Couto de Souza




sexta-feira, 24 de julho de 2009

Claudinha Gualberto...


Os sentimentos são/foram a mola mestre no qual se desenvolvem os alicerces das ciências humanas. Toda criação tem motivação numa esfera dos sentimentos.
O poema de Cláudia ressalta este caráter perpétuo do sentimento, no caso, a Saudade, como fonte de emanação. Saudade carregada de memórias mortas e vivas presentes em nossos cotidianos.
Saudade que traz a dor, mas essencial para o encontro/reencontro entre matéria e memória.
Sentimentos

Vejo esse sentimento que me destrói
Como o mais puro nectar da dor
Esses sentidos que me dispersam
Em mais puro e pleno rancor.

Com saudades em seu pranto
Me sinto sozinha na humanidade
Vejo os olhos escuros e frios
Olhos da eternidade.

Essas lembranças e ressentimentos
Que se calam em meu coração
São vencidos pela força
Que me deixam sem razão. Cláudia Gualberto Borges

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Porto Velho é logo ali...

DANIELE CRISTINA






Porto Velho é logo ali sim ou quem sabe aqui!



Bem próximo de nossas retinas...



Veja como a cidade se perfila na imaginação de Daniele.



A poetisa usa da arte como um elo que une dois paradigmas, dois espaços temporais para plasmar num vôo e consolidar a "Saudade" como matéria-prima de sua construção artística.



Porto-velhense, a autora, delieneia traços "nortistas", a nostalgia presente num coração que exibe o poema e a poesia como faces de uma mesma moeda, ilustrando a concepção romântica de que nem a distância diminui um afeto, no caso o afeto pela cidade natal.









Fala Daniele. Solte a garganta..






Saudade

Que saudade que sinto
Da minha terra natal,
Onde era tudo calmo
Nada era banal.

Tenho saudade da cultura
Da qual eu pertencia,
Todas as noites, todos os dias
Sempre algo legal aparecia.

Porto Velho que Beleza,
Cidade rica de natureza
As pessoas sempre sorrindo,
Nos lugares se divertindo.

Mais olha só onde estou
Longe, tão longe da felicidade
Mas talvez eu volte de novo
Ao encontro da liberdade.

Daniele Cristina

terça-feira, 14 de julho de 2009

A poesia original de Patrick


Como é bom voltar com este blog a ativa...

Estava, poderia dizer, tomando emprestado um termo Kafkiano, em "metamorfose".

Quero reservar este espaço para a poesia original do Patrick, assim mesmo, como se eu estivesse bastante intimidade com sua obra.

O jovem vate perfila uma escrita de sombrios, resquícios do ultraromantismo, quiçá poderia se tratar de um neo_ultraromantismo. Termo justo e sensato...

Uma poesia borbulhante e nestes tempos de alienação absoluta, estes jovens poetas nos mostram que a vida ainda vale a pena...





Saudade Monstruosa

Eu não consigo respirar
O oxigênio tem seu cheiro
Ele está queimando na minha garganta
Eu não consigo suportar.

Essa saudade monstruosa
Insiste em me queimar,
No meu peito, um frio imenso
O meu coração pode quebrar.

Vivo nas trevas clamando o seu nome
Vivo no escuro esperando a sua volta
Posso perecer e apodrecer aqui
Esperando pra sempre você retornar.

Lágrimas de sangue escorrem dos meus olhos
Enquanto o vento se põe a cantar
Uma simples canção de ninar
Ao meu coração que não para de sangrar.


Patrick Soares Campos

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Os sonhos não se envelhecem...




















Maravilhas de fotografias né. Imagens para a posteridade. Nosso jovem colaborador Philipp Matteus em mais uns de seus cliques culturais.
Imagens da Ilha de Paquetá, local onde o escritor romântico Joaquim Manuel de Macedo teria se inspirado para escrever o brilhante romance " A Moreninha", a eterna Carolina.
Na primeira foto, a casa onde a rede Globo utilizou como cenário na produção homônima na novela " A Moreninha". Na segunda, uma memorização da paisagem bucólica.
Tudo isso em pleno século XXI!
Ah, merece ser eternizado...

sábado, 3 de janeiro de 2009

Isso é cultura...


Quem disse que a juventude está extraviada está equivocado.
Olha o encontro da foto acima, o jovem itaocarense Philipp Matteus, comprovando que há ainda bom gosto
nesta galera jovem . Que beleza de encontro, o jovem intelectual com o bardo intelectual de Carlos Drummond de Andrade.
As areias de Copacabana que os digam...
Fotografia para ser reservada para a posteridade.
Isso me lembra uma crônica de uns tempos atrás, quando eu era jovem assim...
rsrsrsrsrsrsrs






Entre o Ser e a Coisa

Era um dia, uma manhã qualquer do último ano. O céu não reverenciava o comumente tom fagueiro e sim um enevoado tom cinzento a coibir o fulgor solar.
Estava de férias e como bom interiorano, não pude deixar de passar alguns dias na capital e seus segredos, esfinges que nos intercepcionam aqui ou acolá. Em minhas habituais paisanas pelo calçadão, passos iam e vinham em todas as direções: Era o senhor de mãos dadas com sua companheira de tantos verões; imaginava. O pai passeando com o pequeno, extasiado mais uma vez com a grandeza do mar. O jovem encantado ao avistar pela primeira vez a orla mais famosa do planeta. O par recém-casado em eternos beijos e abraços. O poeta catando ali poeticidade a fim de plasmar alguns versejos... Nenhuma pedra atravancava o caminho dos transeuntes.
O cansaço já prostava em minhas pernas, quando, sem instante algum deixar de deleitear-me com as belezas, avistei um banco de praça, ocupado por um senhor meio estranho, que de costas ao mar, desvairava solitário. Aproximei-me. Os cabelos grisalhos, altura média, olhos azulados, nariz afilado, rosto oval, boca regular, aparentemente uns 70 anos. Pedi permissão para sentar no lugar vago a seu lado e ele se manteve alheio a minha presença. Mantinha-se estático, como fosse estátua, uma pedra no meio do caminho...
Achando-me insolente resolvi levantar-me e eis que num instante cri ouvir seus lábios moverem: __ Fique rapaz!
Julguei enxergar um sorriso naqueles lábios. Iniciamos ali um ditoso diálogo.
__Estou passando de férias aqui na cidade maravilhosa. São tantas belezas...
__É rapaz. Esse mundinho é primoroso. O cristo redentor!, Ah! Nunca me esquecerei desse acontecimento na vida de minhas retinas tão fatigadas...na Cinelândia, pela tarde, em bancos vulgares e amigos, sentam-se homens mal vestidos...às vezes em manhãs mágicas, caminho por uma rua que passa em muitos países...agora que me aposentei tenho mais tempo para vislumbrar isto tudo. Trabalhei muito. Fui professor secundário, jornalista, funcionário do Ministério da Educação e Saúde Pública. Fiz até alguns versinhos...
__Que interessante! Exclamei com meu tom simplista. Eu sou professor e também escrevo poemas.
__Conheci muitos Josés sem destino, muitos leiteiros trabalhadores, mas quem marcou minha história foi J. Pinto Fernandes.
__O senhor deve ser muito culto__Falei.
__Nem tanto rapaz. De onde é?
__Sou do interior do estado. Aperibé, já ouviu falar?
__ Não. Eu sou das Minas Gerais. Nasci em Itabira, por isso sou triste, orgulhoso de ferro.
__ Itabira! O nome não me soa estranho.
O tempo acelerava. Figurava-se a hora de partir. Tinha meus compromissos.
Despedi-me como desejo de ouvir um pouco mais o legado daquele homem.
Encantado, segui meu itinerário.
.