domingo, 28 de dezembro de 2008

"Rua Nascimento e Silva Cento e Sete..."




“Rua Nascimento e Silva cento e sete/Você ensinando pra Elizeth/As canções de 'Canção do amor demais' ”. Vez e outra meus amigos me encontram cantando a canção. Gostam de ouvi-la, porque como dizem, provoca tensão em meu rosto. Até decoram alguns versos, mais repetitivos, como os da epígrafe. Não sabem que a emoção justificada vem da imaginação. "Carta ao Tom 74" me leva a imaginar o Tom em 1958, no número cento e sete da Nascimento e Silva “passando” a intérprete Elizeth Cardoso as canções que naquele mesmo anos comporiam o álbum “Chega de Saudade”, com composições de Tom e Vininha, acompanhando ainda em algumas faixas a batida de João Gilberto. Iniciava a Bossa Nova . Uma época em que eu ainda nem sonhava existir.
Antonio Carlos Jobim, ou simplesmente TOM, foi o artista que cantava o Brasil por excelência: o amor, as garotas, a beleza de meu Rio de Janeiro, as aves. Seria um “Gonçalves Dias da música”. O representante da cor local contemporânea que se vivo, completaria seus 80 anos de invejável produção. Excelente compositor e instrumentista, legou a história da boa música, sucessos como “Garota de Ipanema” , em parceria com Vininha ( Vinícius de Moraes), uma das dez canções mais regravadas do mundo. Frank Sinatra encantou-se com a Garota de Ipanema e gravou um álbum apenas com canções do TOM. Críticos sisudos o criticaram na época de sua celebridade no exterior, principalmente nos Estados Unidos, alguns abobando que não mais representava as belezas brasileiras, esquecendo-se do que ele fazia era transportar nossa cultura aos cantos do mundo.
Quando me perguntam sobre artista da canção “Carta ao Tom 74” digo ser de uma parceria do Tom Jobim. Tom Jobim? Já ouviram falar o nome várias vezes. Alguns até arranham um pouco de Garota de Ipanema e só. Usar o nome do compositor na ponta da língua da státus de que conhece a cultura brasileira. Tom é muito mais falado do que ouvido, mas quem o ouve jamais perde o TOM. Obrigado Antônio Carlos Brasileiro de Almeida .

CARTA AO TOM 74
(Toquinho e Vinícius de Moraes)

Rua Nascimento e Silva
Cento e sete você ensinado pra Elizeth
As canções de “Canção do amor demais”
Lembra que tempo feliz
Ah, que saudade!
Ipanema era só felicidade
Era como se o amor doesse em paz
Nossa famosa garota nem sabia
A que ponto a cidade turvaria
Esse rio de amor que se perdeu
Mesmo a tristeza da gente era mais bela
E além disso se via da janela
Um cantinho de céu e o redentor
É, meu amigo, só resta uma certeza
É preciso acabar com essa tristeza
É preciso inventar de novo o amor.

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